terça-feira, 20 de abril de 2010

Ontem foi o dia do indio!




A luta continua nas tribos

Manter a cultura, os costumes
São seus maoires objetivos
Os indios inocentes já sofreram
Muitos, dos seus, pederam
Em luta desigual
Exploração do homem branco
Dizcriminação racial
Morto por divertimentos
De débies mentais assasinas
Crueldades em muitas esquinas
Nesta vida, muito tormento
Mas a esperança não termina
Os bons indiginas até ensinam
O que aprende com a natureza
Aos que respeitam, a valorizam...
A sabedoria maior, toda beleza
E com pouco a comemorar no real
Mas com muita proteção espiritual
Viva o indio no seu dia
Que não pense em tristeza...
Dance, encante, comemore com algeria!

http://recantodasletras.uol.com.br

Traze-me



Traze-me um pouco das sombras serenas
que as nuvens transportam por cima do dia!
Um pouco de sombra, apenas,
- vê que nem te peço alegria.
Traze-me um pouco da alvura dos luares
que a noite sustenta no teu coração!
A alvura, apenas, dos ares:
- vê que nem te peço ilusão.
Traze-me um pouco da tua lembrança,
aroma perdido, saudade da flor!
-Vê que nem te digo - esperança!
-Vê que nem sequer sonho - amor!

Meu sonho



Parei as águas do meu sonho
para teu rosto se mirar.
Mas só a sombra dos meus olhos
ficou por cima, a procurar...
Os pássaros da madrugada
não têm coragem de cantar,
vendo o meu sonho interminável
e a esperança do meu olhar.
Procurei-te em vão pela terra,
perto do céu, por sobre o mar.
Se não chegas nem pelo sonho,
por que insisto em te imaginar?
Quando vierem fechar meus olhos,
talvez não se deixem fechar.
Talvez pensem que o tempo volta,
e que vens, se o tempo voltar.


Fotografia



Há quanto tempo você não vê um álbum de fotos de papel?

É... Fotos impressas, do tempo em que ainda não havia câmera digital?

Outro dia eu tava procurando um documento em casa e achei, sem querer, uma caixa cheia de fotos de papel.

Estranho, né?

Hoje a gente tem a chance de planejar a foto.

Depois da câmera digital, todo mundo sai bem na foto.

Saiu ruim?

Apaga.

Os olhos

Ficaram vermelhos?

Faz outra.

O beicinho ficou esquisito?

Hummm, tira de novo?

Aí eu fiquei pensando como era diferente quando a gente não podia decidir se ficava ou não ficava bem na foto.

A gente levava o rolo pra revelar e aí... A surpresa!

Tudo ficava mais divertido. Os flagrantes eram reais.

A tecnologia embelezou as nossas lembranças.

Retocou as nossas imperfeições. Não é mesmo?

As fotos, hoje, são guardadas em arquivos virtuais...

As caixas e os álbuns desapareceram.

Doido isso, né?

Aí eu peguei uma das fotos e me vi, na juventude, rindo com amigos.

O cabelo tava despenteado, a roupa amassada, a meia furada...

Mas o meu sorriso tava ali...

Autêntico e intacto.

Por alguns segundos imaginei se eu não deveria ter dado uma ajeitada no cabelo, mudado de roupa, escolhido um fundo melhor para aquela foto...

Depois eu pensei:

Caramba! Se eu tivesse planejado qualquer pose pra aquele momento, eu teria perdido o melhor daquela lembrança:

O meu riso, flagrado na hora da alegria, sem retoques, sem truques.

Mas vocês não acham que a vida é meio parecida com foto de papel?

Porque os momentos são únicos.

Não têm volta.

O que foi torto, ficou torto. O que foi ruim, ficou ruim...

E o que foi bonito...

Ficou bonito pra sempre.

Tem coisa que não dá pra mudar, mesmo.

Sendo assim, eu acho que é melhor a gente estar sempre de bem com a vida.

Porque quando o riso sair na foto, com certeza, vai guardar pra sempre um momento bom...

Sem arrependimentos...

Sem nenhum remendo...

Duas bolas, por favor!




Não há nada que me deixe mais frustrada do que pedir sorvete de sobremesa,
contar os minutos até ele chegar e aí ver o garçom colocar na minha frente uma bolinha minúscula do meu sorvete preferido.
Uma só.
Quanto mais sofisticado o restaurante, menor a porção da sobremesa.
Aí a vontade que dá é de passar numa loja de conveniência, comprar um litro de sorvete bem cremoso e saborear em casa com direito a repetir quantas vezes a gente quiser, sem pensar em calorias, boas maneiras ou moderação.

O sorvete é só um exemplo do que tem sido nosso cotidiano.
A vida anda cheia de meias porções, de prazeres meia-boca, de aventuras pela metade.
A gente sai pra jantar, mas come pouco.
Vai à festa de casamento, mas resiste aos bombons.
Conquista a chamada liberdade sexual, mas tem que fingir que é difícil (a imensa maioria das mulheres continua com pavor de ser rotulada de 'fácil').




Adora tomar um banho demorado, mas se contém pra não desperdiçar os recursos do planeta.
Quer beijar aquele cara 20 anos mais novo, mas tem medo de fazer papel ridículo.


Tem vontade de ficar em casa vendo um DVD, esparramada no sofá, mas se obriga a ir malhar.

E por aí vai.

Tantos deveres, tanta preocupação em 'acertar', tanto empenho em passar na vida sem pegar recuperação...
Aí a vida vai ficando sem tempero, politicamente correta e existencialmente sem-graça, enquanto a gente vai ficando melancolicamente sem tesão...


Às vezes dá vontade de fazer tudo 'errado'.

Deixar de lado a régua, o compasso, a bússola, a balança e os 10 mandamentos.
Ser ridícula, inadequada, incoerente e não estar nem aí pro que dizem e o que pensam a nosso respeito.
Recusar prazeres incompletos e meias porções.

Até Santo Agostinho, que foi santo, uma vez se rebelou e disse uma frase mais ou menos assim:
'Deus, dai-me continência e castidade, mas não agora'...

Nós, que não aspiramos à santidade e estamos aqui de passagem, podemos (devemos?) desejar várias bolas de sorvete, bombons de muitos sabores, vários beijos bem dados, a água batendo sem pressa no corpo, o coração saciado.


Um dia a gente cria juízo.
Um dia.
Não tem que ser agora.


Por isso, garçom, por favor, me traga: cinco bolas de sorvete de chocolate, um sofá pra eu ver 10 episódios do 'Law and Order', uma caixa de trufas bem macias e o Richard Gere, nu, embrulhado pra presente.


OK?
Não necessariamente nessa ordem.

Depois a gente vê como é que faz pra consertar o estrago.

Danuza Leão



Related Posts with Thumbnails